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Dólar cai a R$ 5,55, de olho no tarifaço de Trump e na inflação dos EUA; Ibovespa tem 7º recuo seguido

Decreto que regulamenta Lei de Reciprocidade assinado por Lula é publicado O dólar fechou a sessão desta terça-feira (15) em queda de 0,46%, cotado a R$ 5,5...

Dólar cai a R$ 5,55, de olho no tarifaço de Trump e na inflação dos EUA; Ibovespa tem 7º recuo seguido
Dólar cai a R$ 5,55, de olho no tarifaço de Trump e na inflação dos EUA; Ibovespa tem 7º recuo seguido (Foto: Reprodução)

Decreto que regulamenta Lei de Reciprocidade assinado por Lula é publicado O dólar fechou a sessão desta terça-feira (15) em queda de 0,46%, cotado a R$ 5,5580. O Ibovespa, principal índice da bolsa, recuou 0,04%, aos 135.250 pontos — chegando à sua sétima baixa seguida. Uma série de eventos, internos e externos, mexeu com o humor dos mercados nesta terça. ▶️ Investidores continuaram atentos à reação do Brasil ao tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs taxa de 50% sobre produtos brasileiros. O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, se reuniu hoje com empresários para discutir a crise e possíveis saídas para ela, enquanto o governo publicou o decreto da Lei da Reciprocidade Econômica. (leia mais abaixo) ▶️ No exterior, também seguem as movimentações de Trump no comércio: os EUA anunciaram um novo acordo com a Indonésia, com taxa de 19%, enquanto os EUA não pagarão tarifas. Trump prometeu novos anúncios ao longo da semana. Ontem, ele anunciou a possibilidade de tarifas de até 100% contra a Rússia, caso não haja acordo de paz na guerra contra a Ucrânia. Além de taxas de 30% ao México e à União Europeia no final de semana. ▶️ Dados da China e dos EUA também pesam. O PIB chinês cresceu 5,2% no 2º trimestre, mostrando resiliência diante das tarifas de Trump. Já nos EUA, os preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiram em junho, dando início a uma possível alta na inflação, influenciada pelo tarifaço. "As categorias de eletrodomésticos e equipamentos domésticos apresentaram aumento expressivo de preços, indicando algum repasse dos custos adicionais provocados pelas tarifas", explica a economista Andressa Durão, do ASA. "Outros itens, como vestuários, bens recreativos e outros bens diversos, registraram variações pontuais de preços, de forma menos intensa ou mais diluída, mas também sugerindo algum repasse", continua. ▶️ No Brasil, o mercado ainda monitora a audiência de conciliação no STF sobre o IOF, que começou às 15h. O governo defende a medida como justiça tributária, enquanto o Congresso critica a alta de impostos sem cortes de gastos. Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar a Acumulado da semana: +0,18%; Acumulado do mês: +2,29%; Acumulado do ano: -10,06%. 📈Ibovespa Acumulado da semana: -0,58%; Acumulado da semana: -0,69%; Acumulado do mês: -2,60%; Acumulado do ano: +12,44%. Brasil estuda como responder Trump Alckmin fala sobre reação do Brasil a tarifaço de Trump O vice-presidente Geraldo Alckmin realizou duas reuniões com representantes da indústria e do agronegócio nesta terça-feira (15) para discutir a resposta brasileira ao tarifaço de Trump. 🔎 Resumo: a medida norte-americana impõe uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA a partir de 1º de agosto. A decisão foi criticada pelo governo Lula, que considera a ação uma retaliação política — motivada por críticas de Trump ao Supremo Tribunal Federal e em defesa de Jair Bolsonaro. As reuniões são parte do trabalho de um comitê interministerial criado pelo presidente Lula, que reúne o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a Casa Civil, o Ministério da Fazenda e o Ministério das Relações Exteriores. Após as reuniões, Alckmin afirmou que o governo brasileiro não planeja pedir ao governo americano que adie a entrada em vigor da tarifa anunciada por Trump. O objetivo, segundo ele, é "resolver o problema". "A ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, mas procurar resolver até o dia 31. O governo vai trabalhar para resolver nos próximos dias", disse Alckmin. Ao ser perguntado sobre os setor de produtos perecíveis, o vice-presidente admitiu que é um segmento delicado e acrescentou que a produção embarcada também é uma "questão importante e urgente". Enquanto isso, o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica foi publicado nesta terça. O texto determina procedimentos para que o Brasil suspenda "concessões comerciais, de investimentos e obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual em resposta a ações unilaterais de países ou blocos econômicos que afetem negativamente a sua competitividade internacional". O presidente Lula já chegou a dizer que a lei está entre os instrumentos legais que o Brasil poderá usar para responder às tarifas, caso a decisão dos EUA avance. Trump diz, porém, que se o Brasil reagir elevando suas próprias tarifas, os EUA aumentarão ainda mais as taxas sobre produtos brasileiros. LEIA TAMBÉM: Brasil pode quebrar patentes para retaliar tarifaço de Trump; entenda 'Olho por olho, dente por dente?' O que diz a Lei de Reciprocidade Tarifas contra o México, UE, Rússia e mais Trump ameaça impor tarifas e sanções contra Rússia se país não aceitar paz e decisão pode afetar Brasil Na semana passada, o presidente Donald Trump prorrogou até 1º de agosto a trégua tarifária iniciada em abril, dando mais três semanas para concluir acordos comerciais ainda pendentes. No entanto, em um movimento de pressão, publicou 25 cartas notificando mudanças tarifárias a países parceiros. As últimas notificações foram enviadas ao México e a União Europeia, que receberam taxas de 30%. Em resposta, a União Europeia estendeu a suspensão das medidas do bloco contra o tarifaço até o início de agosto, visando uma solução negociada para o comércio com Washington. Além disso, nesta segunda, Trump ameaçou aplicar um pacote de "tarifas severas" à Rússia, de "cerca de 100%", caso o governo de Vladimir Putin não alcance um acordo de paz na Ucrânia em um prazo de até 50 dias. 🔎 A volta das atenções de Trump para as tarifas reacende preocupações sobre eventuais efeitos dessas taxas na inflação dos EUA e do mundo. Isso porque a leitura dos investidores é que as taxas impostas por Trump podem acabar aumentando os custos de produção baseados em produtos importados e, consequentemente, elevar os preços ao consumidor. Caso se concretize, esse cenário tende a pressionar a inflação norte-americana e pode forçar o Fed a manter os juros do país altos por mais tempo — o que, por sua vez, também poderia fortalecer o dólar e afetar as taxas de juros de outros países pelo mundo. SAIBA MAIS: Tarifas do Trump: o que está valendo e o que está previsto? PIB da China e inflação nos EUA Mesmo com as tarifas de Donald Trump, a economia da China cresceu forte no 2° trimestre do ano Na China, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado nesta segunda-feira mostrou que o país tem conseguido driblar dos efeitos da guerra comercial com os EUA. O indicador subiu 5,2% no segundo trimestre, superando as expectativas dos analistas por pouco. Analistas consultados pela Reuters previam que o PIB aumentaria 5,1% em relação ao ano anterior, desacelerando em relação ao ritmo de 5,4% do primeiro trimestre. Mesmo assim, apesar de a China ter evitado até agora uma desaceleração acentuada, os mercados estão preparados para um crescimento mais fraco no segundo semestre, pressionados pela desaceleração das exportações, pela baixa confiança do consumidor e pela persistente crise imobiliária. Já os Estados Unidos divulgaram hoje os preços ao consumidor dos EUA (CPI, na sigla em inglês). O índice subiu 0,3% no mês passado, após alta de 0,1% em maio. Esse foi o maior ganho desde janeiro, provavelmente marcando o início de um aumento na inflação induzido por tarifas há muito esperado. Analistas também disseram à Reuters que a inflação tem demorado a responder às amplas taxas de importação anunciadas por Trump em abril porque as empresas ainda estavam vendendo os estoques acumulados antes da entrada em vigor das tarifas. Nos 12 meses até junho, o CPI avançou 2,7%, após alta de 2,4% em maio, o que mantém o Federal Reserve cauteloso sobre a retomada de seus cortes nas taxas de juros. Segundo a Reuters, investidores mantiveram suas apostas em um corte de juros pelo Fed em setembro. Crise do IOF Governo e Congresso participam de audiência de conciliação sobre IOF Uma audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) reuniu nesta terça-feira representantes do governo e do Congresso Nacional para tratar da crise em torno da elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A audiência foi convocada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator de quatro ações sobre o tema no Supremo. Vão participar representantes da Presidência da República, do Senado e da Câmara, além da Procuradoria-Geral da República, Advocacia-Geral da União (AGU) e dos autores dos processos. 🔎 O que aconteceu? No fim de maio, a equipe econômica do governo anunciou o aumento do IOF incidente sobre operações de crédito, principalmente empréstimos e câmbio. No mês seguinte, no entanto, o Congresso Nacional aprovou uma proposta que derrubou o decreto do presidente sobre o tema. Moraes, então, decidiu suspender todos os decretos relacionados ao IOF e determinar uma audiência de conciliação. Por um lado, o Palácio do Planalto defende que a questão é de justiça tributária, ao aumentar a taxação dos ricos em benefício da parcela de baixa renda. O Legislativo, porém, informou que não tolera mais aumento de impostos sem que o governo comece a rever gastos. Notas de dólar Dado Ruvic/ Reuters