Dólar e Ibovespa fecham em alta, com pacote orçamentário de Trump e IOF no Brasil
A moeda americana subiu 0,51%, cotada a R$ 5,4610. A bolsa fechou em alta de 0,50%, aos 139.549 pontos. EUA: Senado vota proposta de orçamento do governo Trump...

A moeda americana subiu 0,51%, cotada a R$ 5,4610. A bolsa fechou em alta de 0,50%, aos 139.549 pontos. EUA: Senado vota proposta de orçamento do governo Trump O dólar fechou em alta de 0,51% nesta terça-feira (1º), cotado a R$ 5,4610. O Ibovespa teve alta de 0,50%, aos 139.549 pontos. ▶️ O principal destaque é a aprovação, no Senado dos Estados Unidos, do megapacote de cortes de impostos proposto pelo presidente Donald Trump. Entre outros pontos, o projeto prevê a redução de tributos e um expressivo aumento nos gastos públicos do país. Com ele, a dívida pública dos EUA deve aumentar em US$ 3,3 trilhões na próxima década, agravando a situação fiscal do país e elevando a desconfiança em relação à maior economia do mundo. ▶️ Além disso, os investidores acompanham a proximidade do fim do prazo de suspensão do tarifaço. Os EUA têm buscado negociar com seus parceiros econômicos. Até mesmo o Canadá retomou as conversas após recuar da cobrança de uma taxa sobre serviços digitais prestados no país. ▶️ No Brasil, o mercado espera desdobramentos da derrubada do projeto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Como mostrou o g1, a queda na arrecadação e a resistência do Congresso devem levar a novos cortes no Orçamento, e os investidores esperam uma resposta do governo. Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado. 💲Dólar a Acumulado da semana: -0,41%; Acumulado do mês: +0,51%; Acumulado do ano: -11,63%. 📈Ibovespa Acumulado da semana: -0,58%; Acumulado da semana: +1,96%; Acumulado do mês: +0,50% Acumulado do ano: +16,02%. O 'grande e belo' pacote orçamentário de Trump Nesta terça-feira, as atenções dos investidores estão voltadas para a votação final do projeto de lei orçamentária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Se aprovado, o texto retorna à Câmara dos Deputados e, em seguida, segue para sanção presidencial. Intitulado de "One Big Beautiful Bill", o projeto prevê a prorrogação de cortes de impostos implementados durante o primeiro mandato do republicano, em 2017, além da redução de outros tributos e do aumento de gastos com defesa e segurança de fronteiras no país. O projeto tem enfrentado impasses no Congresso norte-americano — principalmente ente os democratas, que se opõem fortemente ao projeto por acreditar que os cortes de impostos beneficiariam desproporcionalmente os mais ricos, em detrimento de programas sociais dos quais os norte-americanos de baixa renda dependem. Entre os analistas, a principal preocupação é com a dívida pública dos EUA, que atualmente já alcança os US$ 36,2 trilhões — e deve ficar ainda mais alta se o projeto for sancionado. Uma eventual piora no cenário fiscal norte-americano também pode pressionar os preços e fazer com que o Fed mantenha as taxas de juros elevadas por mais tempo. (Entenda mais abaixo) Tarifaço: contagem regressiva para o fim da trégua O tarifaço de Trump voltou a ganhar destaque após a estabilização da situação no Oriente Médio. A suspensão de 90 dias das tarifas impostas pelo republicano está prestes a expirar, e o baixo número de acordos firmados até o momento continua gerando preocupação. Trump e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmaram nesta terça que o prazo não será estendido e as tarifas poderão ser restabelecidas após 9 de julho. Nesta segunda-feira, o Canadá cancelou o imposto sobre serviços digitais direcionado a empresas de tecnologia dos EUA, poucas horas antes de sua entrada em vigor. A decisão foi interpretada como uma tentativa de destravar as negociações comerciais, que haviam sido interrompidas por Trump. Além disso, a União Europeia busca um alívio imediato nas tarifas comerciais para setores estratégicos do bloco como condição para qualquer acordo com os EUA, segundo diplomatas ouvidos pela Reuters. 🔎 O mercado avalia que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo. Esse cenário pode levar à desaceleração da economia dos EUA e até a uma recessão global. Powell sob os holofotes Diante das preocupações com as contas públicas e pelo tarifaço, os investidores avaliaram as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, em um evento no Banco Central Europeu (BCE) nesta terça. Powell reforçou que a instituição pretende “esperar e obter mais informações” sobre os impactos das tarifas na inflação antes de reduzir as taxas de juros, ignorando mais uma vez as pressões de Trump por cortes imediatos. “Estamos simplesmente dando um tempo”, afirmou. “Enquanto a economia dos EUA estiver sólida, acreditamos que a atitude mais prudente é esperar, entender melhor e observar quais serão os efeitos.” Na semana passada, Powell já havia feito declarações semelhantes e foi duramente criticado por Trump, que tem pressionado o Fed a iniciar o ciclo de cortes de juros. O presidente chegou a indicar que pretende substituir Powell antes do fim do mandato, em maio de 2026. Questionado sobre as críticas de Trump, Powell afirmou que o Fed está “100% focado” em suas metas de controle da inflação e de geração de empregos — declaração que foi aplaudida pelo público presente na conferência do BCE. A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) está marcada para os dias 29 e 30 de julho. De olho no IOF Por fim, a agenda brasileira fraca nesta terça-feira volta as atenções do mercado para as contas públicas, especialmente após o Congresso Nacional ter derrubado, na semana passada, o decreto presidencial que alterava as regras e aumentava a cobrança do IOF. Segundo a equipe econômica, a derrubada dos decretos deve causar uma redução de R$ 10 bilhões na arrecadação neste ano. Especialistas consultados pelo g1 alertam que a decisão deve levar o governo a aplicar novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento 2025. ▶️ Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo federal precisa do aumento do IOF para fechar as contas em 2026. Ele evitou confirmar que a medida será contestada no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Advocacia Geral da União (AGU), mas argumentou que o aumento do imposto apenas "fecha uma brecha" à sonegação de tributos. Na última sexta-feira, Haddad havia dito que o presidente Lula acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para avaliar se a decisão da Câmara dos Deputados de revogar o aumento do IOF fere a autonomia entre os poderes. O ministro ainda afirmou que, para equilibrar as contas públicas, também será necessário passar a Medida Provisória que eleva uma série de tributos sobre bets, criptoativos e fintechs, entre outros, além de cortar cerca de R$ 15 bilhões em benefícios fiscais. O ministro também indicou que manterá o diálogo com o Congresso e afirmou que aguarda ligação do presidente da Câmara, Hugo Motta, para esclarecer a decisão. Haddad ainda disse que o Executivo nunca falou sobre traição do Legislativo em relação ao tema. Na sexta-feira, ao defender o decreto que elevava a alíquota para 3,5% em determinadas operações de crédito, o ministro rebateu críticas de que a medida teria caráter meramente arrecadatório. Segundo o ministro, o percentual anterior era superior a 6% até o fim de 2022 e não foi alvo de questionamentos. "Tem operações de crédito que eram maquiadas para driblar o imposto. Nós fechamos essa brecha", declarou. *Com informações da agência de notícias Reuters. Cédulas de dólar bearfotos/Freepik
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https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/07/01/dolar-ibovespa.ghtml