Maduro anuncia mobilização de 4,5 milhões de milicianos ante 'ameaças' dos EUA
Nicolás Maduro discursa aos seus partidários e comemora o resultado das eleições de domingo (25/05) na praça Bolívar, em Caracas. Federico Parra/AFP via G...

Nicolás Maduro discursa aos seus partidários e comemora o resultado das eleições de domingo (25/05) na praça Bolívar, em Caracas. Federico Parra/AFP via Getty Images O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta ao que chamou de "ameaças" dos Estados Unidos, que aumentaram a recompensa por informações que levem à captura do líder venezuelano e lançaram uma operação antidrogas com militares no Caribe. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional, milícias preparadas, ativadas e armadas", anunciou Maduro em ato transmitido pela TV, ao ordenar "tarefas" perante "a renovação das ameaças" dos Estados Unidos contra a Venezuela. Composta por aproximadamente 5 milhões de reservistas, segundo dados oficiais, a Milícia foi criada pelo ex-presidente Hugo Chávez e tornou-se posteriormente um dos cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). Maduro agradeceu pelas manifestações de apoio diante do que chamou de "repetição podre" de ameaças. "Os primeiros a manifestar solidariedade e apoio a este presidente trabalhador que aqui está foram os militares desta pátria", destacou o líder venezuelano, que pediu às bases políticas do seu governo que avancem na formação das milícias camponesas e operárias "em todas as fábricas". "Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela", proclamou Maduro. "Mísseis e fuzis para a classe operária, para que defenda a nossa pátria!" Recompensa Governo Trump aumenta para US$ 50 milhões recompensa por captura de Nicolás Maduro No início de agosto, o governo Trump elevou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. Ainda sob o governo de Joe Biden, em janeiro, os EUA divulgaram um cartaz com a foto de Maduro, oferecendo uma recompensa de US$ 25 milhões. A administração Trump afirmou que o valor foi dobrado por Maduro representar uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. Ainda segundo ela, o presidente venezuelano é “um dos maiores narcotraficantes do mundo”. Um dia depois do anúncio do aumento da quantia, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino Lopez, foi à TV para rebater as acusações dos EUA. O comandante das Forças Armadas venezuelanas classificou as declarações feitas pelos departamentos de Estado e Justiça como "tolas". Vladimir Padrino Lopez também teve uma recompensa fixada pelos EUA por informações sobre ele, assim como Diosdado Cabello Rondón, ministro do Interior, Justiça e Paz. Para Lopez, as ofertas americanas, além de representarem uma interferência que viola flagrantemente o direito internacional e o princípio da autodeterminação dos povos, são "fantasiosas, ilegais e desesperadas, ao melhor estilo faroeste de Hollywood". "O cinismo do governo americano não tem limites, querem nos dar lições de democracia quando seu próprio governo desrespeita sistematicamente suas próprias leis, governando arbitrária e caprichosamente", criticou. LEIA MAIS Recompensa dos EUA por Maduro supera a oferecida por Bin Laden após ataques de 11 de setembro Trump deu ordem secreta para uso de força militar contra cartéis na América Latina, diz jornal