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Preso por ataque ao sistema financeiro vendeu por R$ 15 mil senha a hackers e trocava de celular a cada 15 dias

João Nazareno Roque afirmou que fez contato com quatro pessoas diferentes para executar comandos dentro do sistema de um banco de pagamentos em que prestava se...

Preso por ataque ao sistema financeiro vendeu por R$ 15 mil senha a hackers e trocava de celular a cada 15 dias
Preso por ataque ao sistema financeiro vendeu por R$ 15 mil senha a hackers e trocava de celular a cada 15 dias (Foto: Reprodução)

João Nazareno Roque afirmou que fez contato com quatro pessoas diferentes para executar comandos dentro do sistema de um banco de pagamentos em que prestava serviço, através da empresa C&M. O pagamento foi feito por meio de um motoboy. Polícia Civil prende em SP suspeito de ataque hacker ao sistema que liga bancos ao PIX O operador de TI João Nazareno Roque, preso na quinta-feira (3) suspeito de facilitar um dos maiores ataques hackers ao sistema financeiro brasileiro, disse em depoimento à Polícia Civil que vendeu a sua senha para os hackers por R$ 15 mil e trocava de celular a cada 15 dias para não ser rastreado. Ao ser interrogado pelos investigadores da Delegacia de Crimes Cibernéticos do Deic, Roque afirmou que trabalhava na empresa C&M havia aproximadamente três anos e que, em março, ao sair de um bar em São Paulo, foi abordado por um homem que já sabia que ele trabalhava numa empresa de sistemas de pagamentos. A informação, segundo o acusado, tinha sido vazada por amigos dos hackers, que já tinham informações sobre onde e em que empresa ele prestava serviços, como desenvolvedor back-end júnior. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Uma semana depois do encontro no bar, o suspeito de aliciar o desenvolvedor fez contato por telefone dizendo que queria conhecer o sistema da empresa C&M, que era terceirizada da empresa BMP Instituição de Pagamento S/A, alvo do ataque, e ofereceu R$ 5 mil pelo acesso. Cerca de 15 dias depois, o mesmo criminoso fez um segundo contato agora oferecendo outros R$ 10 mil para que Nazareno executasse comandos dentro da plataforma. Esse pagamento foi feito em dinheiro vivo, com cédulas de R$ 100 entregues por um motociclista. À Polícia Civil, Nazareno também contou que os comandos foram executados dentro do sistema no mês de maio. E que, a cada vez, os hackers faziam contato com um número de telefone diferente. Ao todo, o funcionário da C&M disse que falou com quatro hackers diferentes durante o processo de ataque ao sistema do banco BMP. João Nazareno Roque foi preso suspeito de envolvimento no ataque hacker ao sistema que liga bancos ao PIX Reprodução Os advogados Daniel Bialski e Bruno Borragine, que representam a BMP, elogiam a celeridade da Polícia Civil no caso, em parceria com a Justiça, e afirmaram que a empresa "busca recuperar os valores milionários desviados, bem como identificar e prender toda essa extensa rede da organização criminosa por trás desses crimes”. Roque foi preso no bairro de City Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dele. Em nota, a C&M Software diz que colabora com as investigações e diz que, desde que foi identificado o incidente, adotou "todas as medidas técnicas e legais cabíveis". (Leia a íntegra abaixo.) Preso suspeito de envolvimento em ataque hacker Entenda o ataque hacker que afetou instituições financeiras Arte g1 O que diz a C&M Software A C&M Software informa que segue colaborando de forma proativa com as autoridades competentes nas investigações sobre o incidente ocorrido em julho de 2025. Desde o primeiro momento, foram adotadas todas as medidas técnicas e legais cabíveis, mantendo os sistemas da empresa sob rigoroso monitoramento e controle de segurança. A estrutura robusta de proteção da CMSW foi decisiva para identificar a origem do acesso indevido e contribuir com o avanço das apurações em curso. Até o momento, as evidências apontam que o incidente decorreu do uso de técnicas de engenharia social para o compartilhamento indevido de credenciais de acesso, e não de falhas nos sistemas ou na tecnologia da CMSW. Reforçamos que a CMSW não foi a origem do incidente e permanece plenamente operacional, com todos os seus produtos e serviços funcionando normalmente. Em respeito ao trabalho das autoridades e ao sigilo necessário às investigações, a empresa manterá discrição e não se pronunciará publicamente enquanto os procedimentos estiverem em andamento. A CMSW reafirma seu compromisso com a integridade, a transparência e a segurança de todo o ecossistema financeiro do qual faz parte princípios que norteiam sua atuação ética e responsável ao longo de 25 anos de história. O que se sabe sobre ataque hacker contra empresa que interliga bancos ao PIX