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Tarifaço de Trump: Tarcísio se reúne com cerca de 20 empresários dos setores de café, carne e metalurgia

Tarcísio se reúne com empresários paulistas sobre tarifaço de Trump O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reuniu na manhã des...

Tarifaço de Trump: Tarcísio se reúne com cerca de 20 empresários dos setores de café, carne e metalurgia
Tarifaço de Trump: Tarcísio se reúne com cerca de 20 empresários dos setores de café, carne e metalurgia (Foto: Reprodução)

Tarcísio se reúne com empresários paulistas sobre tarifaço de Trump O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reuniu na manhã desta terça-feira (15) com cerca de 20 empresários de diversas áreas, como café, carne, metalurgia, laranja e madeireira, para traçar um diagnóstico da situação imposta pelo tarifaço de Donald Trump. 🔎 Com o tarifaço, o estado de São Paulo deve acumular a maior perda, em valores absolutos. O PIB pode ter uma queda de 0,13% com os impactos das medidas tarifárias, o que representa perdas de cerca de R$ 4,46 bilhões. (Leia mais abaixo.) O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, também participou do evento, que começou por volta das 10h. Com duração de uma hora e meia, a reunião foi a portas fechadas. Segundo um empresário que participou da conversa, todos os setores paulistas estiveram presentes e "todos expuseram suas situações". A conclusão foi a de "unir esforços com empresas americanas no sentido de não aplicação do tarifaço". Ele também comentou que o o clima da reunião foi "sereno, mas com grande preocupação". O ex-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, filiado ao Republicanos, mesmo partido do governador, também compareceu ao evento. Skaf ajudou a reforçar, entre seus pares do setor privado, o convite do governo para a reunião, diante do impacto real do tarifaço na indústria e entre os exportadores de São Paulo. Em nota, o empresário disse que, no encontro, foi destacado que "todos os esforços devem ser feitos no campo diplomático para superar os impactos das novas tarifas anunciadas pelo governo norte-americano". "O momento exige maturidade, firmeza e cooperação: é fundamental que se esgotem todas as medidas de negociação e que o diálogo prevaleça, sempre com base nos interesses da economia real e da competitividade da indústria brasileira", complementou. Veja quem participou da reunião: Representantes do governo de SP: Tarcísio de Freitas - Governador Arthur Lima - Secretário-Chefe da Casa Civil Jorge Lima - Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico Representantes dos EUA: Gabriel Escobar - Encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil Natalia Arenas - Chefe Adjunta da Seção Político-Econômica da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil Benjamin Wohlauer - Cônsul-Geral dos Estados Unidos da América em São Paulo Representantes do empresariado: CIESP ABICS (Associação Brasileira de Café Solúvel) ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carne) CAFÉ OLAM CAFÉ SOLÚVEL LDC CATERPILLAR CECAFÉ COOXUPE COSAN CETSESP CUTRALE EISA GRUPO ECOM EMBRAER GRUPO INDUSPARQUET MINERVA SYLVAMO USIMINAS NKG STOCKLER Nesta terça, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou nas redes sociais a postura do governador. O filho do ex-presidente defende o fim das tarifas de 50% com uma anistia ampla para os acusados de articular uma trama golpista para mantê-lo no poder. O governo federal também realizou encontros com empresários nesta terça. O vice-presidente Geraldo Alckmin fez duas reuniões com representantes do setor privado para discutir a resposta brasileira ao aumento de tarifas anunciado por Trump. Tarcísio de Freitas, governador de SP, antes da reunião com os empresários Raul Luciano/Ato Press/Estadão Conteúdo Tarifa de 50% A decisão de Trump impõe uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA a partir de 1º de agosto. A medida foi criticada pelo governo Lula, que a considera uma retaliação política — motivada por críticas do presidente norte-americano ao Supremo Tribunal Federal e em defesa de Jair Bolsonaro (PL). Segundo o estudo do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental (Nemea-UFMG), São Paulo deve acumular perdas de 0,73% no PIB estadual referente à agropecuária, além de uma queda de 0,12% na indústria extrativa e de 0,31% na indústria de transformação. O setor de indústria de transformação inclui, por exemplo, metalúrgicas e siderúrgicas — afetadas pela taxação do aço e do alumínio. Além disso, inclui também a indústria de máquinas e equipamentos, que passa a ter uma competição ainda mais forte com a indústria interna dos Estados Unidos. Em relação à agropecuária, o cultivo da laranja é um dos mais afetados. A fruta é utilizada para fazer suco, um dos itens mais exportados pelo Brasil ao país norte-americano. Mais de 90% do cultivo da laranja está concentrado em cidades de São Paulo e de Minas Gerais. Posição de Tarcísio Logo após o tarifaço de Trump, Tarcísio adotou um tom crítico ao governo federal, responsabilizando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelas tarifas. Em uma publicação nas redes sociais, afirmou que “a responsabilidade é de quem governa” e acusou o presidente de colocar “sua ideologia acima da economia”. Lula com boné de campanha do governo e Tarcísio com boné com lema de Donald Trump Reprodução A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), criticou duramente os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusando-os de colocar interesses ideológicos acima dos interesses nacionais. Ela afirmou que o tarifaço é uma forma de chantagem política de Trump, motivada por questões internas dos EUA e pelo julgamento de Bolsonaro no STF. Dias depois, Tarcísio suavizou o discurso. Defendeu a união de esforços entre os governos estadual e federal para enfrentar os efeitos do tarifaço, reconheceu a gravidade da situação e elogiou a atuação diplomática do governo Lula. Esta será a segunda reunião de Tarcísio de Freitas com o representante da embaixada dos EUA para discutir o impacto das tarifas. Na sexta-feira (11), eles se reuniram em Brasília.